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sábado, 19 de junho de 2010

TECNOLOGIA E EDUCAÇÃO

A escola como se vê hoje parece indicar certa resistência a mudanças. Transmite aquela sensação que ainda persiste em andar na contramão das novas exigências que a educação demanda para os dias atuais quando se vê voltada a ficar presa a conhecimentos tidos como fora de voga. A escola do século XXI exige muito mais conhecimento do que se imagina(va) como bem nos lembra o professor Dr. Ladislau Dowbor ao nos dizer que o espaço do conhecimento está se multiplicando e a escola tem que ser um pouco mais articuladora e não simplesmente estar repetindo aquela cartilha de sempre. Outro escritor, Alberto Tornaghi ainda destaca a outra face da atual crise educacional ao dizer-nos que já não cabe mais ao professor buscar ser o detentor do saber que provê a seus alunos toda necessidade de informação e de formação. Cabe, isso sim, ser um profissional capaz de buscar esta informação junto com os estudantes, ter competência para avaliar a informação que encontram e contribuir para que todos, eles e seus alunos, venham a cada dia, mais capazes de buscar por si mesmos as informações de que precisam, de criticá-las e de construir, localizada, temporal e contextualizadamente, os conhecimentos de que necessitam a cada momento. Precisamos refletir seriamente a escola que temos. Mais uma vez, Alberto Tornaghi nos lembra: “a escola não pode permanecer e ensinar verdades cristalizadas. Ela precisa assumir que produz verdades. Que produza novas.” Será que nossa escola está conseguindo produzir novas verdades? Stanislau defende a ideia da seleção da informação, haja vista, o grande volume de informação proporcionada a nós atualmente. Parece que tudo seria resolvido com a simples presença de computadores na escola. De fato, Tornaghi diz que os microcomputadores trazem para a escola imensa gama de possibilidades de produção. Algumas formas de expressão que eram antes muito trabalhosas ou que implicavam custos muito altos estão agora ao alcance das pontas dos dedos, via teclados e mouses. Entretanto, Maria Elizabeth nos lembra que inserir-se na sociedade de informação não quer dizer apenas ter acesso à tecnologia de informação e comunicação, mas principalmente saber utilizar essa tecnologia para a busca da seleção de informações que permita a cada pessoa resolver os problemas do cotidiano, compreender o mundo e atuar na transformação de seu contexto (grifo meu). Dessa forma, a máquina sozinha não pode e não resolve nada e informação por si só também não resolve. Concordamos, portanto com Tornaghi: “...é, portanto, um projeto de escola que produz e usa tecnologia para produzir e modificar propostas metodológicas. É um projeto de escolas em que alunos e professores produzem novos conhecimentos e os compartilham usando, para isso, a tecnologia a que têm acesso [...] de nada adianta um belo jardim se os alunos não puderem “pisar na grama”, se dar aulas fora da sala de aula for um impedimento regimental”. Ainda, Elizabeth parece concluir todo o assunto ao dizer: “para incorporar a TIC na escola, é preciso ousar, vencer desafios, articular saberes, tecer continuamente a rede”. Assim sendo, parece que o discurso é muito bonito, mas a prática parece andar em outra via. Pensamos, entretanto, se posto em prática o que se coloca aqui, teremos uma educação diferente – com muito mais alunos pensantes.

LANDOALDO SCHER MOREIRA

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